Duplicação da BR-381 salva vidas e movimenta a economia

Devido aos gargalos da rodovia, constantes paralisações, grande número de acidentes fatais e demora das viagens muitas empresas deixam de investir e se instalar

Duplicação da BR-381 salva vidas e movimenta a economia

A duplicação da BR-381 vai diminuir significativamente os acidentes, pois a obra tem melhorias no traçado, diminui curvas e, praticamente, acaba com as batidas frontais que são as que mais matam. Após leilão, a rodovia foi concedida para a iniciativa privada e haverá cobrança de pedágio. Dessa forma, o Grupo 4UM que ganhou a concessão, terá oito anos para fazer as obras de duplicação, com investimento de R$ 9 bilhões. Desses, cerca de R$ 5,5 bilhões serão usados na execução das obras e R$ 3,5 bilhões para custo de operação/manutenção por 30 anos (recapeamentos, pintura de faixas, sinalização, reboque e ambulância 24h etc.).


Mas, além de salvar vidas, a duplicação gera desenvolvimento econômico na região. Devido aos gargalos da rodovia, constantes paralisações, grande número de acidentes fatais e demora das viagens muitas empresas deixam de investir e se instalar na região e gerar emprego e renda.


Durante os oito anos de obras, serão bilhões de investimentos que poderão ficar em Minas Gerais, na contratação de serviços, de mão de obra e compra de materiais, movimentando a economia local.

Durante as três décadas de operação, também serão gerados empregos e renda, uma vez que serão contratados profissionais para trabalhar nas diversas atividades operacionais (ambulância, cabine de pedágios, manutenções diversas etc.). Além disso, há expectativa da diminuição dos custos de frete, tendo em vista que vão se diminuir quilômetros, com mais fluidez do tráfego, entre outras situações. Outra vantagem é que as cidades em que a rodovia passa receberão impostos (ISS) das tarifas de pedágio, proporcional ao tamanho do trecho que corta o município. Isso aumenta a receita, gerando benefícios sociais.


Temos que trabalhar para preparar as empresas e profissionais da região, para que estejam aptos a prestar serviços para a concessionária. Além disso, lutar para que grande parte desses R$ 9 bilhões fiquem na região. Por isso, nós do Movimento Pró-Vidas da BR-381, já fizemos contato com a concessionária e estaremos no próximo ano promovendo encontros de empresas locais, órgãos públicos e entidades empresariais para que sejam repassados mais detalhes das necessidades, durante as obras e operação da rodovia.

O grupo 4UM, que ganhou a concessão, é formado por grandes empresas da área – a construtora mineira Aterpa, que faz parte do grupo, é uma empresa sólida com mais de 70 anos no mercado de construção e contratou profissionais experientes no setor de concessões.

A cobrança de pedágio gera algumas críticas, mas, hoje, a maior parte das grandes rodovias brasileiras são pedagiadas e eu, particularmente, prefiro pagar pedágio e ter uma rodovia com fluidez e segurança do que ter uma BR chamada de “rodovia da morte”. É melhor pagar do que esperar mais 30 anos para ver a rodovia ser duplicada.


A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), tem feito nos últimos anos a modernização das modelagens e dos contratos de concessão (5ª Geração), o que tem melhorado significativamente os serviços disponibilizados aos usuários, no caso da BR-381 por exemplo: free flow (pedágio sem cancelas), HS WIM (pesagem em movimento), iluminação em LED, conectividade em toda rodovia, pontos de parada e descanso para motoristas profissionais, áreas de escape (em serras), matriz de risco moderna, desconto de usuário frequente, desconto básico de TAG, serviços de apoio aos usuários (guinchos, ambulâncias), dentre outras melhorias previstas para todo o período da concessão.


Seguindo premissas do Ministério dos Transportes, foi adicionado o valor de 1% da receita bruta, para aplicação em melhorias e reforço de obras de infraestrutura, medida importante sobretudo neste projeto que apresenta diversidades climáticas, aliado ainda a diretrizes internacionais sobre o tema.


Durante o primeiro Seminário de Investimentos e Oportunidades de Negócios da Infraestrutura de Minas Gerais, promovido pela Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg), o diretor da ANTT, Guilherme Sampaio, disse que Minas Gerais terá nos próximos 30 anos, nas concessões da BR-040 (BH–Juiz de Fora), BR-381 (BH–Governador Valadares), BR-040 (BH–Cristalina) e BR-262 (BH–Araxá), investimentos de Capex (despesas de investimento) e Opex (despesas operacionais) da ordem de R$ 40 bilhões somente em rodovias.


Esses investimentos vão gerar uma série de externalidades positivas para o estado de Minas Gerais, além da geração de empregos diretos e indiretos, recolhimento de impostos para os municípios lindeiros, redução dos custos de transportes, diminuição no tempo de viagem, redução dos acidentes, alavancando desta forma o crescimento de todas as regiões e estado.

Com isso, as empresas dos vales do Rio Doce e do aço, do Médio Piracicaba e Grande BH que se habilitarem a fornecer para obras da BR-381 estarão aptas a fornecer também nas outras obras de concessões no estado, sejam federais ou estaduais.

Por: Clésio Gonçalves, criador e coordenador do Movimento Pró-Vidas BR-381